sexta-feira, 22 de maio de 2015

Por que esse adiamento, essa espera?
Se de tua voz aguardam meus ouvidos
o macio consolo de saber que estás aí,
bem do outro lado da linha, atenta
à menor possibilidade do timbre telefônico 
que se adia por dias de espera e solidão.
Os dedos duvidam sobre as teclas
e os dias se vão com o dedilhar
de uma sonora canção de saudade.
Seguro o telefone como se soubesse
que do outro lado também acaricias
o objeto frio em seu plástico negro.
E nessa comunhão de silêncios
nos encontramos na ausência mútua
e muda de nós dois.

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