Acerto os ponteiros do relógio
para não perder o compasso
da vida que se esvai.
Regulo as horas, os minutos,
os segundos e o dia
equivocado em que nasci.
Nasci no dia previsto,
de vida parida em dores
e no quarto branco do hospital
só o relógio se atrasara
um dia, vinte e quatro horas,
e, assim, nascia eu
atrasado de dias
na peça que o tempo
pregou no relógio de pulso
que ainda hoje carrego comigo
atrasado em um dia, burla
contra a morte, assim,
como foi a favor da vida.
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