domingo, 3 de maio de 2015

Atiraram contra um professor,
não ia nu por pudor.
Mas tinha nos olhos a mágoa
de quem sente o frio
da pancada sem razão.
Acusado foi de conhecer demais
falar demais, incitar demais,
excitar demais, evitar a acefalia.
Atiraram contra um professor
levava como arma um livro,
essa arma nefasta, perigo das almas.
Atiraram um professor na lama,
contra o asfalto, contra a grama
contra a parede, sedução de fuzilamento.
Atiraram contra um professor
saíram tristes, as balas eram de borracha.
Não se deram conta [...] nem quiseram saber
mas a dor maior, era a dor moral
impotente [o professor] se sentia
quando se lembrou[...]
inevitável saber
ao olhar para as mãos
e se sentir apenas
UM PROFESSOR.

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