quarta-feira, 27 de maio de 2015

A tua ausência se desenhou diante de mim
perdi teus contornos nítidos na lente míope
de meus olhos cansados de te procurar.
Soube-me só e vazio como dantes
quando sua chegada preenchera espaços
que desconhecia haver em mim.
Difícil lutar com o nada, os gigantes tendem
a avolumar-se e ficam mais assustadores.
Nada mais aterrante na solidão que a presença
permanente dos fantasmas.
Se eles não fazem companhia nas horas do dia
à noite gritam incessantemente em meus ouvidos,
condenando-me a um crime que não cometi
afinal seu corpo se evadiu silenciosamente
e fui condenado ao luto da eterna espera.

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