O dia de muletas
reprovou a vida apressada,
o agitar das coisas,
os ônibus que expeliam gente
pelo escapamento fumacento.
Rotatórias de vinil
tocavam repetidamente
uma sinfonia de buzinas, freadas,
gritos e xingamentos, espalhando línguas de fogo.
A agulha enorme da vitrola quebrou
e as pessoas encapsuladas nos carros
congelaram eternamente na ausência sonora.
O anjo de alumínio estático o dia todo
desceu da caixa de madeira
dobrou seus pertences e partiu de bicicleta
gargalhando asas de pombos em revoadas.
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