domingo, 7 de setembro de 2014

Delírios lúgubres reservam teu colo de lira,
harpa de sonoros desejos de outrora.
Anseiam meus dedos ligeiros
tocar as cordas de teu amor.
Contorço-me ao teu redor,
serpenteando em suaves giros
pelas colunas alabastrinas de tuas pernas.
Enrolado ao teu corpo cravo as presas
em teu solenóglifo seio envenenado.
 Sinto o sangue congelar.
E de pedra passo a compor
teus contornos rígidos de estátua.
Eternizados neste gesto atemporal
sou Cacambo e tu és Lindóia
e o sangue na parede apenas
é memória de um poema antigo.



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