Compuseram à luz da lua
versos estranhos e abusados
comovidos pelo álcool.
Pela embriaguez dos olhares
os versos volatilizaram o ambiente
e deram ao céu e às estrelas
um véu nupcial tendo a lua
por abajur de uma cena pintada
no calçadão, de madrugada,
entre dois boêmios abalados
pelas doses de conhaque.
Bêbados, com os cotovelos
no centro da mesa circular,
encontraram o tênue equilíbrio
que os casais necessitam
e ali, de braços entrecruzados,
perceberam que nem a última
dose no fundo do copo
poderia separá-los naquele momento.
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