não me abra os braços
abra-me as pernas
essas margens que
levam ao leito macio
e morno dessa maternidade
incestuosa que é toda mulher
essa cálida, morna
recompensa do penoso dia,
que se gesta no desejo
e falece no negro gozo
o corpo que me deu a vida
não é o mesmo que me dá a morte
assim, persigo e sigo nos mergulhos
entre as pernas
certo de que no gozo
que se escorre
nasço e morro
todas as noites
nesse balbucio cio.
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