Virgem, te quero nua,
despida, atrás do altar.
Desde a infância te desnudava
das formas retas e angulares
na busca das curvas sinuosas
cheias de vida cobertas pelo manto.
Ali germinavam prazeres esquecidos
carentes de mãos ágeis que a ti, oh Virgem,
libertassem da prisão do andor.
Se pudesse despregava teus pés do altar
para vê-la descer até mim,
abandonando as nuvens e os anjos boquiabertos
por vê-la andar pelas ruas de mãos entrelaçadas
com aquele que tanto a adorou em seus dias.
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