terça-feira, 11 de novembro de 2014

Toda mulher tem seus dias de raposa:
renegada em seus brios despreza
as uvas mais belas das vinhas de Salomão.

Mas tem seus dias de enredadeira;
girando em dedos ágeis os bilros
tece a rede de zelosos cuidados.

Aranha negra, audaciosa, viúva de 
teias incandescentes ja foi luz e treva
para muitos machos no cio desavisados.

Hoje em que repousa na idade
chora em túmulos vários, em cemitérios desertos,
tanto as uvas pretensamente desprezadas
quanto os homens a quem serviu de últimas vestes.




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