segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Estou cercado de andaimes
não sei quem me fez assim
interminável construção
a ruir no pó que restará da vida.
Sempre fora do prumo
parede torta a ser demolida
e levantada insistentemente.
Régua, nível, ferragens, colunas
esforços vãos para recompor a parede
que me cercará para sempre do mundo.
Parede torta, fadada a rachaduras.
Sinto minhas veias romperem o reboco
expondo cruamente minhas entranhas
a esse estranho mundo sem razão.


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