Não gosto de circos,
nunca gostei.
Talvez o pouco tato
com a vida venha do ódio
ao picadeiro, à lonas coloridas
que armam todos os dias
para vender os ingressos
aos truques de mágica
com que nos iludem
nos apertos de mãos.
Estou na arquibancada
como galinha no poleiro
e equilibro-me como se tivesse asas.
Por entre as cortinas me espreita
um anão de olhos terrivelmente azuis.
Se fosse criança, mergulharia
nos fofos seios de mamã,
mas adulto, equilibro-me de novo
na tênue linha da afiada lâmina
dos relacionamentos diários.
Também armo minha lona,
anuncio o espetáculo
e qual trapezista suicida
diante dos olhos esbugalhados
dos expectantes paralisados
atiro-me ao ar como um peixe
que mergulha em um mar de ilusões
sem rede de segurança
certo de que me esborracharei
contra o palco da vida.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
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