Aprendi a estender menos a mão.
Aos muitos prazeres que dei
multiplicaram-se os desprazeres.
Não direi mais: "muito prazer",
não me fizeste gozar [ainda]
nem contigo ri em horas perdidas.
Na chegada evitarei o prazer,
quem sabe ao acenar da despedida
possa dizer do amor que deixaste,
embora seja tarde,
o mais doce e triste e sincero
muito prazer.
Se quiseres, fique mais, é cedo
aqui tens a minha mão aberta
e a tua mão também aberta aí tens.
Para quê o aceno da despedida
se cabe a nós o prazer da chegada
ou a dor da despedida?