Tange ignota sem rumo
a veia do coração
lentamente devagar
a pulsar ingênua
com doce carinho
pessoal intransferível.
Tem alguém à espreita
ouvido colado
à parede do peito
que retém o tum tum
em compassos de regência.
Não a assuste, nem a sobressalte
que dorme no seu peito
corpo doce puro
que guarda a alma dos anjos
e tem na fronte os sonhos
ainda em composição.
Esse corpo não sabe, ainda não
que o coração inquieto
de quem a sustém
queria fundir os golpes
da música jovem lírica
com um amor amarelo
feito de fatias do sol da manhã.
Segure este compasso
de quem ainda não sabe
que habita um coração
que se esmaga entre fracassos
e glórias de amor e ódio;
deixe ela viver a ilusão terna
de quem acredita habitar
um coração só dela.
Segure o ritmo, mantenha o som
do chiar do peito em ressonâncias
reverberantes de dois corações
que se fundem na forja
do Artífice desconhecido
do universo.
E não há mais ausências
só um som uníssono ressoa
na abóboda do peito
qual religião em êxtase
de saber que o espaço
preencheu-se e os ecos
incensam o templo
de dois corpos que querem
somar-se na mesma batida.
Não, não a incomode
que ela dorme a balada dos tempos
e sonha que seu coração
bate em outro peito
e tange a mesma frequência
sinestésica das origens.
sexta-feira, 16 de setembro de 2016
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