Em 2012 quando mudei para a
cidade de Maringá, no estado do Paraná aconteceram muitos episódios curiosos.
Todos demonstravam o desconhecimento que as pessoas têm em relação ao território
paranaense. A primeira coisa que ouvi foi: “lá é muito frio, você vai congelar”;
“já comprou blusas?” “Você vai ficar sem ver o jogo do seu time preferido, eles
não gostam de paulistas” e por aí vai.
Além disso, descobri que para
o mundo lá fora, no qual eu ainda estava, mas em fase de transição: Maringá não
existia, assim como Londrina, Ponta Grossa, Cornélio Procópio, Santa Mariana,
Matinhos, Paranavaí, Cascavel, Foz do Iguaçu, Colombo, Toledo e muitas outras cidades. Eu estava de mudança
para o Paraná, este estado desconhecido por muitos, ignorados por outros e
lembrado, muitas vezes, pelo fato de os Curitibanos serem fechados demais.
Mas, a rigor, não moro em
Maringá, moro no Paraná. Minha mãe mesmo quando perguntada onde está o filho
mais novo, responde: “ah... agora ele mora no Paraná”. Para piorar a situação,
estou eu de passeio por terras paulistas e ao assistir o jornal Nacional, o
Hoje, a Band, a Record, todos os repórteres se referem ao Paraná: prefeito é
preso no Paraná, advogada é morta pelo marido no Paraná, acidente na 376 mata 20
no Paraná. “Ué, Paraná não tem cidades?
Já instalado em Maringá, nada
melhor do que ver os jornais locais e conhecer a cultura do estado. Logo descubro
um jornalista local, pronto para ascender a repórter de rede nacional pela
Globo. Mas, ainda no seu sabor local, chamava-se Wilson Cereja, veja que belo o
sobrenome: Cereja. Cereja, porém, é fruta demais para o jornal de âmbito
nacional e em pouco tempo, temos o jornalista, imponente, com seu microfone em
mãos com mais uma matéria, produzida pelo agora, então, Wilson Kirsche.
Ainda bem que tem o “Plug”
todos os sábados e com uma simpática repórter paranaense (risos...) apresentando
as cidades do Estado para nós. Amei conhecer lanches, rios, cachoeiras, as
bebidas, as capelas, as praças, os imigrantes que construíram esse estado
chamado Paraná.
Vejo que me alongo demais e ainda
não expliquei por que Paraná-Paris. Logo ao chegar à França, mais propriamente
à cidade de Lyon, algumas pessoas voltaram a falar comigo e outras se afastaram
também. Algo não mudou: quando digo que estou na França, vem logo a pergunta:
você está em Paris. Ao responder Lyon, o interesse diminui e o diálogo encurta
ou recebo um conselho de amigo: não deixe de conhecer Paris, quase dado ao pé
do ouvido.
Percebi, então, que não se vem
à França, vem-se a Paris, o que foge disso não interessa às pessoas. Claro, em
algum momento irei a Paris e aí minha viagem ganhará novos contornos e,
finalmente, terei feito a conexão Paraná-Paris tão esperada e sonhada pelas
pessoas. Viva o Paraná, viva a França. O “Plug” que me aguarde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário