Temi quando as palavras se tornaram insuficientes,
quando teu corpo acenou para mim tão de perto,
e as palavras não conseguiam reter meus olhos
na breve raspagem do entreabrir de teus lábios.
Sabia que romper a barreira das palavras
seria um desaguar no oceano azul revolto;
e perder o controle seguro das máscaras vocabulares
era uma forma de viver que estava desacostumado.
Mas quanto resiste um homem ao hálito fêmea de ti
transformado em sensual maresia que castiga a pele
com suas volúpias ondulares de viajante solitária?
A despeito do perigo, não pelo não avisar das palavras
naufraguei sem mares, sem ondas, sem ventanias
apenas ao som de tua voz que jorrava líquidos mornos
de época ausente dos amantes em desprezo pelas palavras.
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