terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Empurrei meu reflexo no espelho
não esperava me encontrar
ali tão vazio e inerte quando
havia um vendaval em minha mente.

Os olhos estavam vazios e opacos
a boca muda e sem sorrisos,
as marcas no rosto se aprofundavam
na carne hipnotizada pelo reflexo.

O espelho não pôde conter o tempo invisível
em seus longos e incontornáveis estragos
cruel em suas esculturas lapidares.

Gritei com o Outro alheio a mim no espelho
mas ele resistiu em seu mutismo inexorável
e só restou eu a me contemplar mudo e solitário.


Nenhum comentário:

  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...