quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

A boca

A boca abria e fechava
estava cheia de dentes
o dorso da língua
deixava antever o abismo
desse seu interior sem luz.
Mas essa boca me engolia
e eu  era devorado por seus lábios
famintos por minha essência.
Essa boca sem palavras
muda e contorsionista
rouba de mim o fôlego.
Toma de mim a alma
e mesmo assim
fico ali parado
esperando que me devore
certo de que me perderei
para sempre no seu abismo.

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  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...