Esta noite as canetas estão secas.
Abandonadas no porta-lápis,
baratas esferográficas me olham.
Um lápis desponta sob o papel
lancetando-me um olhar seco.
Desafio-o a compor uma página
cheia de versos novidadeiros.
Oferto-lhe a folha branca, mas,
desafeto meu, dá de ombros.
Esfolo uma palavra, mordo-lhe as vogais,
mas elas contêm os gritos,
abandonando-me ao silêncio,
enquanto observo suas vísceras
em minhas mãos ensanguentadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário