Do outro lado da margem me encontro
sempre neste alheamento do eu,
que gera a resistência em atravessar
esse rio de possibilidades.
Do outro lado estou a postos
na breve necessidade de lutar.
E estou pronto à luta
mas, com unhas e dentes afiados
nego a travessia, nego a outra margem.
Tenho medo do que me diga
o outro eu a quem alienei.
No entanto, o outro eu
é todo rio, é todo margem, é todo fluir
e eu observo o outro na margem oposta
como quem receia da profundidade
e tem medo que o rio não dê pé.
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