sábado, 17 de agosto de 2019

Isqueiro

Bato com os dedos a pedra do isqueiro
e vejo brilhar um mar de ilusões.

Deslumbrantes luzes brilham na chama azul
e perguntam quem sou, se sou um violento
aventureiro queimado pela chama da ilusão,

essa ilusão que mansa e sorrateira rouba o brilho
de uns olhos também em chamas 
consumindo a alma de terrores.

Brilha nessa chama um mar de detritos
recolhidos pelo caminho
a queimar-me o peito em nome da saudade.

Ainda não retornei à casa e a chama azul
deste isqueiro me queima a alma
devorando num incêndio
as dores da partida inusitada.

Bato a pedra do isqueiro
e mais uma vez sinto
que a vida se me consome na chama
de um brilho azul que reclama
o oxigênio de minha alma.

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