sábado, 20 de outubro de 2018

Não me peçam um grande tema
nem o pico da montanha
se vivemos sempre ao rés-do-chão.

Nem me peçam uma poesia grandiosa
se a vida é isso que vemos todos os dias.

Estou cansado de exercícios poéticos,
dessa academia de alienações
que nega o óbvio.

Ninguém toma poesia para se alegrar
tomamos vinho, pinga, cerveja,

ninguém faz um sarau sem bebidas
seria chato demais ouvir todas
aquelas declamações.

Comemos pizza, pipoca, carne
sozinhos ou com os amigos
(de preferência com os amigos)

e ali realizamos a poesia da vida
porque se dá sem preocupações estéticas
no primitivo que é a necessidade básica
da vida: comer, beber, foder e dormir.


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