sábado, 23 de janeiro de 2016

No meu poema
gostaria de me desprender de mim
estar só, longe dos versos,
abandoná-los à sorte das palavras.
Distante dele [o poema]
viveria solto, leve, na sua doce
conotação de alegrias e tristezas.
Sem as palavras eu viveria um mutismo
diante da parede branca de minhas manhãs.
E o poema estaria melhor sem mim,
ele também diante do branco da página.
Cada um poderia viver sua vida,
o poema com as palavras e eu com meu mutismo.
Mas teimam, não sei por quê, em dizer que o poema
sou eu, que é meu, sendo que na verdade
só pode viver o poema nas vozes emprestadas.


  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...