sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

De que servem os retratos
os autorretratos, os porta-retratos?
Esses rostos silenciosos, de gargalhadas mudas
que se opõem às imagens austeras pintadas dos avós
pendurados na parede da sala [ou no lustre?]
como se espiassem os netos e seus idílios?
Fomos engolidos por uma câmera digital
sequestraram nossas raras emoções de felicidade
e nem posso chorar de saudades [ou rir?]
diante de tanta gente morta
nos seus caixões de vidros sobre
o aparador de madeira que recebe as visitas
desatentas ao meu apartamento de baças luzes.

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