Sinto que as paredes me esmagam
comprimem o que resta de mim.
Há um desmoronamento insano,
mas as pessoas não podem ver
os ossos quebrando, dilacerados
pelo romper dos ponteiros do relógio.
Sou eu e contemplo o nada
ele tem muito a dizer se se quer ficar
mudo diante da paz alheia.
Estou entregue à escultura de mim
e é assim que todos devem me ver:
mudo e estático como se nada houvesse a dizer,
pois ninguém estranha uma estátua muda.
Declaro hoje aos presentes e aos ausentes
que meu corpo é meu túmulo
REZEM POR ELE.
Amém.