terça-feira, 26 de janeiro de 2016

De teu rosto belo e jovem
guardo em escultura polida
tua imagem pelo tempo protegida,
congelada, imune à ação maligna
que a tudo deteriora e desfaz. 
Porque estás emoldurada em minhas retinas
retenho-te em forma de amuleto em altar
de adorações ao céu da juventude,
que me abrem teus olhos em pálpebras macias.
Minto, porém, sobre a maciez perturbadora,
imagino-a, recriando o calor de uns lábios
que se congelaram entreabertos
neste busto que erigi no quadro na memória.
Não sopra, mas é como um vento gélido
trazendo de antigas sílabas a musa
que com palavras descreve o poeta.

  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...