sábado, 23 de janeiro de 2016

As mulheres mudas esgarçadas
carregam rotas sacolas de feira
e trazem os amados filhos
agarrados às suas saias.
Cumprem o ritual desenganadas
de regressar ao lar e alimentar
os filhos mais velhos
que as encheram de filhos
e deitaram sobre si as capas escuras
da prisão familiar dos casamentos.
Com estes filhos não gerados
não saídos de suas entranhas
condenaram-se aos dias de dores e choros
das mães que rezam pelo retorno
dos filhos que nem ligam para avisar
e pela manhã caem na cama dos sonhos
e alegrias proibidas da noite passada.

  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...