sábado, 23 de janeiro de 2016

Limpo as lentes dos óculos
e penso em ti nos movimentos
circulares que operam os dedos
que desembaçam o vidro.
Porém, não te vejo melhor
nem te aproximas como 
imagino no horizonte.
Continuas pequena, miúda,
nas lentes míopes do passado.
Lembro, então, que limpo
os óculos e suas lentes,
que não são binóculos e posso ver
até onde alcançam minhas curtas vistas,
cansadas e opacas do tempo.
Coloco os óculos novamente
e vejo a mim mesmo
parado diante do espectro
que me tornei frente às vidraças
com vista para outras alheias janelas.

  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...