segunda-feira, 8 de junho de 2015

A felicidade muda de recordar
está reservada aos seres vivos
que ousaram experimentar
o estranho proibido das relações.
Felizes daqueles que recordam
e dão vida a cenas extintas nas cinzas
porque deles é o reino dos deleites.
Pobres daqueles que só desejam
e cobiçam farisaicamente os atos;
invejarão para sempre as recordações
ocultas por detrás da moldura dos olhos.
Desejar revela ao espelho frio o espectro
  de nossa humanidade frívola e latejante.
Recordar vai além da mera ilusão do reflexo
que contemplamos mudos de nós mesmos;
transcendemos livres o espelho e vivemos
nosso fugaz instante de divindade.

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