Ao entrar na cidade ouvi vozes
antigas, de outras épocas inomináveis a sussurrar atrás das árvores.
Brotavam olhares estranhos a me
espiar, a reprovar a volta do filho pródigo, que caminhava para o sacrifício.
Entrei em casa e anunciei minha chegada.
Um brilho voraz partiu da escuridão e rachou meu crânio em dois.
Estava lavada ali a honra de um
homem morto desde o princípio. Podia, agora, sentar-se à mesa adornada com a
toalha branca e degustar seu prato favorito: uma quente sopa de lentilhas.
O velório durara anos. Mas hoje é
tempo de festa e dia de atirar ao longe a roupa fúnebre de quando vira partir o
irmão com sua primogenitura, colocar uma sandália nos pés um anel na mão.
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