Domingo, doze de dezembro de 2021. Ouço uma fala de Luz Ribeiro e Sérgio Vaz na FLIM de Maringá. Nasce uma saudade enorme no meu peito. São Paulo acena para mim do passado e uma série de lembranças me invadem. Não quero usar rimas, nem sonoridades, nem métricas, quero falar da São Paulo que habita em mim, quero olhá-la com os olhos do passado, das saudades, do afeto que pulsa em mim. Quero falar da São Paulo vivida, que está na minha identidade, que esteve em alguns momentos decisivos de minha vida e que hoje dói em meu peito como saudade de mãe. Saudade de mãe é para sempre, guarda o infinito de nossa finitude e só se encerra no tempo de nossa estadia neste mundo. Assim, São Paulo me veio hoje à mente e ao coração, por isso quero versar sobre minhas memórias, sem rimas, sem métricas, sem estrofes, só versos soltos a correr o tempo do passado.
Que saudades de São Paulo
de seus domingos claros
de frango assado com macarrão.
Que tempo bom o da infância
quando tomava tubaína só aos domingos
e à tarde comia doce de bar.
Domingo em São Paulo
tem jogo do Timão
e a galera andando por Itaquera
é um bando de louco e irmão.
Tinha domingo triste
tinha domingo alegre
em que o grito do gol
explodia nos pulmões.
Que saudades do metrô
de gente cansada do trabalho.
Que saudades das ruas de pedra
e dos edifícios de concreto.
Que saudades do CEFET
onde passei em meu primeiro concurso.
Hoje é domingo e não estou em São Paulo
não vou comer macarrão com frango assado,
tomo Coca Cola e olho para a parede
para o tempo das tubaínas
e do abraço quente de mãe.
Um comentário:
Quem não tem saudades do lugar onde a vida (tudo) começou? Muito bom! 👏🏻
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