Mãos que arranham,
agarram-se ao infinito
e tentam tocar o céu.
São ligeiras, rápidas de sentimentos
e com elas se escalam as montanhas
que surgem sobre o nada.
Mãos que cheias de desejos
desfiam o tecido do corpo
desenhado na imaginação.
Mãos que sobrevoam a face do abismo
recebendo-a na concha das palmas
em cálice de oração.
Mãos que se entrelaçam no truque
mágico da união entre os corpos
e fazem do sexo amor e do amor eternidade.
Mãos que não podem falar
e nem devem sussurrar sobre seus caminhos,
desenham novos mapas, novas rotas de fuga,
descobrem inusitadas geografias
e povoam o mundo de carícias brandas.
Mãos que fazem do corpo campo
e semeiam no terreno árido
das frustrações, as sementes da esperança.
Mãos que aguardaram anos de espera,
habitaram Ítaca, estenderam-se aos infernos
à espera do poeta
e fizeram uma guerra de dez anos.
Mãos impossíveis de se esquecer
mãos que na vigília noturna
desconhecem do autor a face
que se eleva em oração.
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
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