As letras já marcavam
a distorção do que hoje sou.
Velho caderno, velho homem,
novo menino que se encontrava
nas margens rabiscadas
da velha brochura,
comprada a alguns mil cruzeiros
no bar mercearia do Juquinha.
Alguns corações mal-rabiscados:
indícios das frustrações amorosas?
Sei que o caderno existe,
mas o menino desapareceu
na brincadeira de esconde-esconde
e perdeu-se em algum canto da memória,
foi só o que restou das travessuras:
o velho homem que é a sombra
do menino da carteira escolar.