Por que vieste,
se não podias ficar?
Se te era tão cara a estadia,
por que pediste pouso dentro de mim?
Eu que te apertei os ossos
como se quisesse te doar minha carne,
como se te quisesse gerar no ventre,
agora me vejo só e a lembrança
aguilhoa minha alma como um pecado mortal.
Hoje vivo de longos adeuses na varanda,
acenando a um passado embaçado
que não torna mais a mim
e como dói este quadro estático
que te tornaste, preso à moldura da memória.
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