quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Ainda tenho em mim
aquele Manuel Bandeira
quando a infância era só
"café com pão, café com pão".

Trago debaixo de meu braço
aquele volume de Drummond
das palavras mágicas e a constatação
da vida besta, meu Deus!!!

No espelho pela manhã
confundi meu rosto com o de Cecília
e coloquei minhas mãos frias
entre as conchas de suas mãos quentes.

Tive a certeza de Vinicius
de seja eterno enquanto dure
e beijei teus olhos como se fosse
a última vez do operário de Chico.

Eu, esse obreiro das palavras
só sabia questionar: E agora, José?
A vida é esse cotidiano dos continuamente.


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