domingo, 18 de outubro de 2015

Estar só [...] a dose mínima
da porção de mim que gira
no carrossel das lembranças
traz a náusea dos fatos passados
que cavalgam espetados
no giro incessante do tempo.
Na roda da repetição
não respiro os mesmo ares,
só os fatos rejuvenescem
presentificam-se, alimentando
a dor do instante monumental
da sensação do tempo presente.
O carrossel da vida não cessa
somos atirados sobre seus cavalinhos
e giramos até encerrar o tempo
desse passeio pelo parquinho da vida.
Infelizmente, as pernas são curtas
e não posso descer antes do tempo,
estou à mercê do funcionário,
que desatento, olha o relógio
contando os minutos para desligar
a chave e encerrar o incessante giro
das catracas que movem a vida
daquelas pernas curtas que sonham
ser um cavaleiro e não percebem ainda
que lhes fogem o tempo e o caminho.

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