terça-feira, 20 de outubro de 2015

Poesia...

Abandono-me a ti
solidão inexorável
das palavras mudas,
templo das imagens obcecadas.
Sinto a tua dependência
no meu gesto de calar
de me encerrar nessas caixas
a que chamo versos.
Não vejo o mundo fora de ti
acomodo-me à tua geografia sinuosa
e acompanho em suaves curvas
o destino torto que me legou
na herança das palavras soltas
o baile verbal do mundo,
onde me encaixei nas entrelinhas
e quase mudo aprendi a sussurrar
palavras, frases orações lúdicas,
sintaxes que não me conciliaram
com essa realidade chamada vida.


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