sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Dores

 Já tive dor de cabeça

de nem poder abrir os olhos.

Já tive dor de estômago

de enrolar na cama.

Já tive dor de barriga

de me contorcer sobre o assento.

Hoje tenho dor de alma

e os analgésicos não resolvem.

Por isso, caminho com minha dor

elegante pelas ruas,

a lustrar meu troféu de cidadão.

Mas assim é melhor

que me exibo puro com minha dor

desafiando os outros

a ter um andar definitivo como o meu. 

Um homem que caminha com sua dor

é algo assim de inesperado.

Um comentário:

Tatiana Pereira Tonet disse...

DORES, DORES e DORES...Todos nós temos! Cada um a sua maneira. Só sente quem está vivo! Então, a vida é uma dádiva!

  A poesia é essa água que escorre pela boca e d esce pelas bordas  rompendo a barreira dos lábios. Diz e não diz f abula mundos intangív...