Hoje é segunda-feira,
o fim de semana passou
e com ele suas dores e seus pesares.
Com sua tristeza ficou para trás
e será anunciado novamente
somente daqui a cinco dias.
Até lá o suicídio não é uma opção
o trabalho aguarda sorrateiro,
os boletos vencem dia cinco,
na escola há reunião
e os filhos veem eternos os pais.
As horas são contadas,
os minutos são escassos
diante dos inevitáveis fatos da semana.
Almoçaremos com pressa,
apenas para sustentar o corpo,
as notícias de jornais informarão o novo caso de feminicídio,
desgraça de um Brasil atrasado,
a gasolina terá subido outra vez,
a energia estará os olhos da cara
e apagaremos as luzes
como alguém apaga seu último instante de vida.
Mas não é fim de semana
e a vida atropela
sem dó nem piedade.
Alguém cogita se atirar do sétimo andar,
mas resolve esperar o fim de semana
quando as dores recrudescem
e o café esfria na xícara
enquanto alguém grita ao longe.
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