sábado, 11 de setembro de 2021

Liberdade

Há um pássaro morto sobre a mesa

suas asas estão quebradas

suas pernas estão amputadas

e o voo da manhã aterrissou 

nas mãos do autor de sua morte.

Um canto de ilusão ficou na memória

de quem ouviu seus gorjeios,

mas de quem era a voz

que gritou perigo ao amante do ar?

Tenho o peso do pássaro morto

em minhas rudes mãos.

O pássaro ousou sonhar

novo céu, nova pátria

onde só havia espaço para a escuridão.

2 comentários:

Unknown disse...

Sensacional e muito apropriado para estes tempos sombrios que estamos vivendo.

Cleusa Piovesan disse...

Perfeito!

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