Tenho as veias dilatadas
e um rio branco-vermelho
corre pelas margens de meus olhos.
Sou errante pelo caminho da vida
dou murros em pontas de facas
abro canivetes, soo a ameaças
e durmo solitário com a cabeça
em uma pedra.
À noite, porém, não tenho a escada de Jacó,
não subo aos céus, nem vejo Deus.
Choro solitário à beira do Rhône
e minha vida corre com as águas.
O passado espanca-me aos berros
enquanto eu, calado, colho pedras
com um sorriso nos lábios.
2 comentários:
Adorei... sofri contigo durante a leitura...
Não sei se acontece com todos os leitores, mas sempre me enxergo/me identifico com as emoções e desajustes do eu lírico de suas poesias. Parabéns! Um abraço.
Postar um comentário