Eu era um menino
com sua pipa
correndo irregular
pelas ruas de terra.
E o mundo era uma pipa
solta linha, prende linha
e a tarde acontecia
sem rumores de futuro.
Eu era um menino
e havia uma pipa solta no ar
rebolando no vento,
ensaiando mergulhos no nada.
Mas veio outra pipa,
maldosa em seus ardis,
e cortou minha linha
correu o cerol na rabiola
e eu não era mais um menino
com sua pipa no ar,
era apenas um homem
com uma lata na mão
esperando as dores futuras.
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