segunda-feira, 30 de agosto de 2021

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 Mergulho nas palavras

com as duas mãos.

Os dedos enrijecidos pelo tempo

desentranham dores e sangue

de uma época passada.

Luto com e contra as palavras,

que sozinhas pouco significam

juntas, porém, armam contra mim

um exército de acusações.

Dou às palavras meu sangue,

duelo com minha alma

contra a dura gramática

e pedindo ritmo à sintaxe,

mergulho na solidão dos duros vocábulos.

Tento a poesia que, indiferente,

foge às minhas mãos,

fazendo de meus dedos ampulhetas

dos instantes efêmeros. 

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