Mergulho nas palavras
com as duas mãos.
Os dedos enrijecidos pelo tempo
desentranham dores e sangue
de uma época passada.
Luto com e contra as palavras,
que sozinhas pouco significam
juntas, porém, armam contra mim
um exército de acusações.
Dou às palavras meu sangue,
duelo com minha alma
contra a dura gramática
e pedindo ritmo à sintaxe,
mergulho na solidão dos duros vocábulos.
Tento a poesia que, indiferente,
foge às minhas mãos,
fazendo de meus dedos ampulhetas
dos instantes efêmeros.
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