quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Despe-te

mas não a mim

e sim a ti

que te acaricias

como uma gata

a espraiar-te pela cama,

esta devastada cama de desejos

que a mim não me cabem teus  beijos.

A mim e não a ti, acaricias-me

com teus dedos

deixa-os percorrer meu aberto peito

que a desprezos e vãs loucuras

despertaste-me na cama

essa tumba tão vazia

onde jazíamos febris

das peles que se tocavam.

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