domingo, 12 de maio de 2019

Breve amanhã

Um dia morrerei e nada importará
do que houve na vida.

As histórias de amor soarão
a anedotas em breve esquecidas

e não mais amarei o calor dos corpos
nem o finito das palavras,

serei nu e leve com uma pena
branca levada pelo vento.

Com minha boca rirei das ilusões
e não mais haverá memória
deste corpo que carrego todos os dias.

Pouco importará se fui belo ou feio
se fui jovem ou sempre velho.

A morte me despirá de mim
e com ela irão minhas dores,

nem meu corpo terei mais
e serei uma sombra, talvez vaga lembrança,
nalgum mar revolto das memórias.

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