Vejo-te, assim, despida de teus "eus"
sem os costumeiros possessivos
de defesa e de dor.
Contemplo-te nua, despida de pele
e ossos, como uma leve folha balança
ao vento e diz ao tempo o mundo que tem.
E, assim, desejo-te ainda mais
livre de convenções e de regras
com a alma leve a balouçar
livre do corpo que te aprisiona.
Por isso, junto-me a ti nesta inevitável
religiosidade de gozo da liberdade,
que nos libertou de nós e dos nós
nesta conjunção única de visgo e sêmen
atando-nos por vontade das mãos que se prendem.
Também eu me perco nesta nudez
sem corpo, só alma, sem eu à frente
de um espelho a me mentir o reflexo
que de mim vi refletido na verdade
da água rasa de teus olhos.
terça-feira, 27 de março de 2018
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