Quando teus olhos pousaram sobre os meus,
inaugurando essas manhãs de silêncio
e expectativas brotaram como galhos em primavera,
senti que aquele gesto azul trazia suas gaiolas.
O medo de mudanças entrou como maresias
e um gosto salgado temperou a tarde,
antecipando o contato dos corpos suados
a quem as águas do mar não matam a sede.
Teu corpo sabia à água doce
e tua respiração úmida de chuvas antigas
trouxe o cheiro da terra molhada da infância.
As razões não venceram por suas lógicas,
as águas dos céus misturaram-se às da terra
e a arca de teu corpo abrigou o animal preso em mim.
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