sábado, 29 de abril de 2017

Acho que desapoetei
me vi despido de palavras,
as mais estranhas possíveis
e só me restaram as comuns
do trivial diário das conversas ocas
das salas de estar
e as mil etiquetas de receber bem.
Emburrei, empaquei assim de mula
que pára e sonha de olhos abertos.
Arreceei de bons dias
e se curvo a cabeça não é por respeito;
é que mudo de palavras
perdi a mão das alvoradas
e vivo nessa insônia de matutar
o dia durante a noite.

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