Estou fazendo uma sopa
e alguns versos.
Entre alhos e cebolas
jogo com o sal da vida,
cozinho meus temores,
arrisco meus amores,
e, por que não, os dedos
em novas experiências.
Mas, ainda sou eu
o mesmo de sempre,
em nada mudei
e tenho com o que me iludir:
a sopa é o refúgio
no qual me auto-devoro
em definições comestíveis.