Sobre estas rosas tépidas
fiz nosso leito de amor.
Deixei que se abrissem as pétalas
e com elas abria meu corpo.
Esperei ansiosa pelo sêmen
estalar dentro de meu ventre
curando os arranhões dos espinhos.
Mas tu me transformaste
em leito de rio seco à espera
da chuva que nunca veio.
E eu qual pétala de rosa
murchei ainda nos verdes
anos da primavera.
Nem um filho, nem um sequer
para me consolar nessa prisão doméstica
a que me confinaram quando casei.
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